Sociologia

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A CONTRIBUIÇÃO DE DURKHEIM PARA A SOCIOLOGIA 


Durkheim é apontado com um dos primeiros grandes teóricos da Sociologia, embora Comte possa ser considerado o pai por tê-la batizado.

Durkheim e seus colaboradores emanciparam a Sociologia da Filosofia Social e colocou-a como disciplina científica rigorosa. Sua preocupação foi definir o método e as aplicações desta nova ciência. Ele formulou com clareza o tipo de acontecimento sobre os quais o sociólogo deveria se debruçar: os fatos sociais que deveriamser o objeto da Sociologia.

A educação desempenha, uma importante tarefa na conformação dos indivíduos à sociedade em que vivem, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas e transformadas em hábitos.

Uma vez identificados e caracterizados os fatos sociais, a preocupação de Durkheim dirigiu-se para a conduta necessária ao cientista, a fim de que seu estudo tivesse realmente bases científicas. Para Durkheim, como para todos os positivistas, não haveria explicação científica se o pesquisador não mantivesse certa distância e neutralidade em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise. Foi preciso que o sociólogo deixe de lado seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois eles nada têm de científico e podem distorcer a realidade dos fatos.

Procurando garantir à Sociologia um método tão eficiente quanto o desenvolvido pelas ciências naturais, Durkheim aconselhava o sociólogo a encarar os fatos sociais como coisas, exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos pensassem ou declarassem a seu respeito. Estas formulações seriam apenas opiniões, juízos de valor individuais que podem servir de indicadores dos fatos sociais, mas mascaram as leis de organização social, cuja racionalidade só é acessível ao cientista.

Para se apoderar dos fatos sociais, o cientista deve identificar, dentre os acontecimentos gerais e repetitivos, aqueles que apresentam características exteriores comuns.

Os fenômenos devem ser sempre considerados em suas manifestações coletivas, distinguindo-se dos acontecimentos individuais ou acidentais.

Para Durkheim, a Sociologia tinha por finalidade não só explicar a sociedade como encontrar remédios para a vida social. A sociedade, como todo organismo, apresentaria estados normais e patológicas, isto é, saudáveis e doentios.

Durkheim considera um fato social como normal quando se encontra generalizado pela sociedade ou quando desempenha alguma função importante para sua adaptação ou sua evolução. Assim, Durkheim afirma que o crime, por exemplo, é normal não só por ser encontrado em qualquer sociedade, em qualquer época, como também por representar a importância dos valores sociais que repudiam determinadas condutas como ilegais e as condenam a penalidades. A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social, a vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito de uma determinada questão.

Partindo do principio de que o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da sociedade consigo mesma e com as demais sociedades, e que essa harmonia é conseguida através do consenso social, a "saúde" do organismo social se confunde com a generalidade dos acontecimentos e com a função destes na preservação dessa harmonia, desse acordo coletivo que se expressa sob a forma de sanções sociais. Quando um fato põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto, a adaptação e evolução da sociedade, estamos diante de um acontecimento de caráter ruim e de uma sociedade doente, portanto, normal é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população.

Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independente daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Embora todos possuam suas "consciências individuais", seus modos próprios de se comportar e interpretar a vida, podem-se notar, no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e pensamento. Essa constatação está na base do que Durkheim chamou consciência coletiva.

A consciência coletiva não se baseia na consciência dos indivíduos singulares ou de grupos específicos, mas está espalhada por toda a sociedade. Ela revela o tipo da sociedade, que não seria apenas o produto das consciências individuais, mas algo diferente, que se imporia aos indivíduos e perduraria através das gerações.

A consciência coletiva é a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como regras fortes e estabelecidas que delimitam o valor atribuído aos atos individuais. Ela define o que, numa sociedade, é considerado imoral ou criminoso.

Do que foi exposto conclui que Durkheim se propôs a tarefa de realizar uma teoria da investigação sociológica. E foi o primeiro sociólogo que conseguiu atingir seu objetivo, em condições difíceis e com um êxito que só pode ser contestado quando se toma uma posição diferente em face das condições, limites e ideais de explicação científica na Sociologia.

Para Durkheim, a Sociologia deveria ter ainda por objetivo comparar as diversas sociedades. Constituiu assim o campo da morfologia social, ou seja, a classificação das espécies sociais. Durkheim considerava que todas as sociedades haviam evoluído da forma social mais simples, igualitária, reduzida a um único segmento onde os indivíduos se assemelhavam aos átomos. Desse ponto de partida, foi possível uma série de combinações, das quais originaram-se outras espécies sociais identificáveis no passado e no presente, tais como os clãs e as tribos.

O Positivismo, que pusera os filósofos diante de uma realidade social a ser especulada, transformou-se, em Durkheim, numa real postura empírica, centrada naqueles fatos que poderiam ser observados, mensurados e relacionados através de dados coletados diretamente pelo cientista. Durkheim procurou, para isso, estabelecer os limites e as diferenças entre a particularidade e a natureza dos acontecimentos filosóficos, históricos, psicológicos e sociológicos. Elaborou um conjunto coordenado de conceitos e de técnicas de pesquisa que, embora norteados por princípios das ciências naturais, guiavam o cientista para o discernimento de um objeto de estudo próprio e dos meios adequados para interpretá-lo.

Embora preocupado com as leis gerais capazes de explicar a evolução das sociedades humanas, Durkheim ateve-se também às particularidades da sociedade em que vivia e aos mecanismos de coesão dos pequenos grupos, à formação de sentimentos comuns resultantes da convivência social. Distinguiu diferentes instâncias da vida social e seu papel na organização Social, como a educação, a família e a religião. Pode-se dizer que, com Durkheim, já se delineava uma apreensão da Sociologia em que se relacionava harmonicamente o geral e o particular numa busca, ainda que não expressa, da noção de totalidade. Essa noção foi desenvolvida particularmente por seu sobrinho e colaborador Marcel Mauss, em seus estudos antropológicos. Em vista de todos esses aspectos tão relevantes e inéditos, os limites antes impostos pela filosofia Darwinista positivista perderam sua importância, fazendo dos estudos de Durkheim um constante objeto de interesse da Sociologia Contemporânea.



SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO EM DURKHEIM MARX E MAX WEBER

1. A SOCIEDADE E A EDUCAÇÃO EM DURKHEIM

Durkheim enfatiza: a questão da ordem social.

A sociedade para Durkheim: é uma realidade estruturada ao longo da história que converte o presente em que vivemos num fato duradouro, resistente ao capricho da nossa vontade.

A sociedade se apresenta: como um todo estruturado capaz de moldar os individuos, os quais da sociedade dependem, como uma realidade externa, independente do individuo.

Representações coletivas: quando a sociedade tem uma dimensão real, como o espaço que ocupa as instituições, os comportamentos sociais dos individuos.

Durkheim afirma que a sociedade desperta nos individuos: um sentimento de apoio, de proteção, de dependência.

O homem: é conjunto de bens intelectuais que constitui a civilização, e a civilização é obra da sociedade.

A influência da sociedade sobre o individuo: exige a ação comum, o compartilhar hábitos, costumes, normas morais, sentimentos que são essencialmente derivados do meio social em que nasce e vive.

Processo educativo segundo Durkheim: vem a ser a incorporação pelo individuo das representações coletivas constitutivas da sociedade concreta onde vive e morre.

A sociedade e a educação no sentido sociologico: a educação, entendida não só como o que é ensinado na escola, mas em todas as instituições sociais, é a forma pela qual a sociedade como realidade externa passa a fazer parte da “bagagem” mental, interna, de cada individuo. A sociedade atua como uma força operativa e imperiosa sobre os individuos é a socialização.

Processo educativo pelo qual a sociedade molda uma criança: toda educação consiste num esforço continuo para impor a criança maneiras de ver e de agir as quais ela não teria chegado espontaneamente. Desde os primeiros tempos da sua vida coagimos a comer, a dormir, etc. Se com o tempo, essa coação deixa de ser sentida, é porque fez nascer hábitos e tendências internas que a tornam inutil, mas que só a substituem porque derivam dela.

Os professores: são agentes que realizam um processo de coação sistemática sobre as novas gerações com a finalidade de educa-las para serem participantes ativos do meio social em que vivem.

2. A divisão social do trabalho e a solidariedade orgânica

O processo educativo é bem sucedido quando a coação deixa de ser sentida, o individuo bem educado passa a agir e pensar de acordo com as expectativas do meio social, não imposta de fora, mas como um hábito consciente, uma decisão própria.

A consciência coletiva mobiliza variadas sanções sociais para enquadrar os desviantes da norma e das regras morais que justamente regulam o cmportamento de cada um de nós.

Alberto Tosi Rodrigues: meio moral é produzido pela cooperação entre os individuos, através de um processo de interação que chamou de divisão do trabalho social. Vida moral será a base dos conteudos transmitidos na forma de crenças, valores e normas de geração para geração.

Divisão do trabalho social: é baseada na cooperação e consenso de seus membros. Durkheim estabelece duas formas: solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.

Solidariedade social: é a forma de ligação moral que se estabelece em cada tipo de sociedade, de acordo com a complexidade maior ou menor da divisão do trabalho social.

Solidariedade mecânica: o individuo está totalmente imerson na consciência coletiva que dirige o seu comportamento. Praticamente não há margem para a iniciativa individual e o individuo é obrigado a seguir a norma do grupo sem contestação. Ex. Tribo de índios.

Solidariedade orgânica: soliedariedade por diferença, as pessoas não estão juntas porque fazem juntas as mesmas coisas, mas o contrário: estão juntas porque fazem coisas diferentes e dependem das outras, que fazem coisas que elas não querem ou não são capazes de fazer.

O conceito de solidariedade orgânica reforça: a idéia de que os laços de dependência mutua que ligam os individuos na dinamica da divisão social do trabalho devem estimular a cooperação e o senso de pertencimento ao coletivo, condição necessária para a preservação da ordem social.

O equilibrio e a solidariedade originam-se: na própria divisão social do trabalho, constituindo fortes laços que unem as sociedades organicas os seus menbros.

Importante para Durkheim na análise da divisão social do trabalho: é a problemática da coesão social, a manutenção da ordem social, a questão do papel essencial das normas morais na garantia da estabilidade da ordem.

3. A EDUCAÇÃO MORAL

Barbara Freitag: adota uma perspectiva critica para avaliar a contribuição de Durkheim no campo da educação estabelece uma intima conexão entre o papel da educação com instância de socialização dos individuos e a necessidade de manter a ordem social por meio das normas morais.

A socialização: consiste em inculcar as regras morais vigentes no meio social. As regras morais tem duas caracteristicas: o dever e o bem.

O dever: expressa o carater de obrigatoriedade inerente a toda e qualquer regra moral, a proibição, sua forma negativa. Além de ser um dever, a regra moral precisa ser obedecida por um ato de boa vontade do individuo.

Durkheim postula: que uma regra moral precisa ser desejada, almejada pelos autores. Somente assim o seu carater moral pode ser atendido. Para Durkheim, a sociedade ou grupo representam o bem supremo realizado e centralizao. O supremo bem é a vida em grupo, portanto, o mal social é produzido basicamente pelos individuos com suas inclinações egoistas e anti-sociais.

A necessidade da educação decorre desse fato incontornavel: a natureza essencialmente má e egoista dos seres humanos, a busca da solidariedade orgânica, para desenvolver o senso de lealdade para os grupos básicos da sociedade no trabalho, na familia, com a nação.

A educação moralestá empenhada em desenvolver nas crianças os 3 principios básicos da moralidade social: o espirito de disciplina, a adesão ao grupo e autonomia.

Ensinar a disciplina significa fornecer os meios da crianças exercer o autocontrole sobre suas reaçes espontâneas, aprendendo a viver em sociedade, a levar em conta os grupos dos quais v participa.

A disciplina enfatiza a dimensão de regularidade de uma regra social, condição necessária para reconhecer sua autoridade e validade social e moral.

Aprender a viver em grupo passa a ser um dos objetivos maiores da atividade moral, o grande dever e o grande bem a ser aspirado pelos atores ou sujeitos sociais.

A educação moral se encarrega de promover a adesão da criança aos grupos básicos da sociedade (familia, escola, trabalho) e desenvolver o espirito de conformidade e obediência as normas morais que regulam o c omportamento social.

Autonomia moral: a moralidade concretiza-se no momento em que o novo ser social abre mão de sua liberdade e vontade individual e realiza-se como menbro do grupo, aceitando suas normas morais em outras palavras, a educação para aceitação da normal moral e a sujeição a ela.

Na avaliação de Feitag: Durkheim apesar de reconhecer o valor do individuo como resultado da divisão social do trabalho nas sociedades industriais, no entanto, termina por abolir a autonomia desse individuo, promovendo a sua subordinação quase que total ao todo social.

Conclui que: a função da educação em Durkheim seja mais garantir a preservação da ordem industrial capitalista do que promover a sua transformação radical. O papel do professor é assegurar a estabilidade da sociedade através do ensino das normas morais vigentes, e estimular o respeito a essas regras que visam a sobrevivência da coletividade, o bem social mais valioso. Durkheim ensina a moderar o individualismo desenfreado termina por nos reduzir a um estado de grande conformismo com a sociedade presente, vista como sagrada e digna de respeito.

4. KARL MARX E A EDUCAÇÃO PARA EMANCIPAÇÃO

A teoria social de Marx: busca analisar cientificamente as razões de a sociedade capitalista gerar continuamente a miséria e o empobrecimento de grandes segmentos da população e beneficiar exageramente uma elite, detentora do poder politico, economico e cultural. A tendência do capital é a acumulação interminável do próprio capital como meta suprema, movida pela lógica implacável do lucro e da concorrência.

Piotr Sztompka: apresenta a teoria de Marx a partir de 3 niveis distintos e entrelaçados de articulação e compreensão do processo histórico: 1. Ativisco-individual; 2. Socioestrutural; 3. Historico-universal. Em outras palavras, a teoria das formações socioeconomicas, no nivel superior; a teoria da luta de classes, no nivel intermediário; e a teoria do individuo humano, no nivel inferior.

O NIVEL ATIVISCO-INDIVIDUAL

A natureza humana deriva da rede de relações pela qual o ser humano se integra a sociedade e a natureza.

A essência humana não é uma abstração inerente a cada individuo isolado.

Um ponto em comum identificado em Marx e Durkheim: é a visão do individuo produzido e moldado pelo meio social.

Marx difere de Durkheim: no reconhecimento do papel ativo do individuo em transformar o “contexto de sua vida social”.

Marx enfatiza: com frequencia a equivalência entre condição humana e existência social. Não existe pessoa fora da sociedade; cada individuo está ligado aos demais por uma infinidade de relações de interdepência. Na análise da dimensão social do individuo é possivel distinguir dois tipos de relações básicas: A participação e a criação.

Participação: o individuo participa de relações sociais, de interações sociais, é membro da coletividade ou grupos sociais. O individuo ocupa uma posição social seja como proprietário ou não-proprietário, burguês ou proletário.

A dimensão criativa refere-se a capacidade do ser humano de mobilizar seus poderes, habilidades e recursos no processo de produção de uma realidade.

Para o Marx o trabalho é a atividade criativa, o individuo muitas vezes está envolvido nos processos que podem ser chamados de reprodução, de manutenção da ordem social. O sujeito repete padrões socialmente estabelecidos de comportamentos e ações que ele não criou, que encontrou prontos como uma realidade externa independente tal como Durkheim nos apresenta como criador ocorre o contrário,o individuo pode atuar sobre as relações sociais,aprender a lidar com essas forças sociais e atuar no sentido da transformação da sociedade.

A ação de educar reflete as duas dimensões destacadas por Marx. Na dimensão da participação o ato de educar está articulado com a reprodução da sociedade uma vez que consiste na transmissão do conhecimento acumulado pela humanidade, mas também se articula com a dimensão criativa do ser humano na medida em que o professor estimula o individuo a olhar criticamente a realidade e transformá-la como cidadão ativo.

Marx enfatiza que nao basta enterpretar a realidade e sim atuar no sentido de modificá-la.

O NÍVEL SOCIOESTRUTURAL: TEORIA DAS CLASSES

A Teoria das classes sociais em Marx é estruturalista no sentido de que as classes podem ser definidas como um conjunto de lugares ou posições que se desenvolvem na produção social ou na divisão social do trabalho. Um tipo de propriedade se destaca por permitr a geração de outros bens e produtos.

Meios de produção: terra, matérias-primas, edificações, ferramentas, maquinaria, capital, ela determina os interesses objetivos básicos do indivíduo, entendidos como obtenção de uma situação social que garanta a máxima satisfação de suas necessidades.

Em duas classes antagônicas em princípio: aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que não os detêm e que devem, por conseguinte, vender se trabalho (a única mercadoria que possuem) para sobreviver. De um lado, a burguesia, dona do capital, o principal meio de produção da sociedade capitalista, e de outro, o trabalhador assalariado.

A classe não se define apenas por uma certa posição social configurada, se organizam de forma consciente, mobilizando recursos políticos e ideológicos no processo de formação de classe.

No modelo de Marx as relações entre as classes sociais estão permeadas por conflitos e antagonismos. Os interesses dos proprietários do capital emplica maiores restrições á realização dos interesses e necessidades dos trabalhadores assalariados. A consciência trabalhadores pobres conduz a uma atitude de hostilidade e desconfiança em relação aos detentores do capital e da riqueza. Os sindicatos e partidos políticos representam os interesses dos trabalhadores, partem para a ação coletiva, a materialização do poder social da classes trabalhadora, procurando modificar a estrutura de classes garantir uma redistribuição da riqueza e do poder econômico,político e ideológico.

O NIVEL HISTORICO-UNIVERSAL: A TEORIA DA FORMAÇÃO SOCIOECONOMICA

Na produção social de sua vida os homens estabelecem relações determinadas, e independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado estágio de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais, que constitui a estrutura economica da sociedade.

O modelo de Marx não é estático, ele contém uma lógica de movimento e transformação que constitui o processo histórico, que chega um ponto em que se quebra a correspondencia entre as forçasprodutivas e as relações de produção.

Contradição que impele a mudança histórica, as relações capitalistas no seio da sociedade feudal, e a superestrutura politica e ideologica tradicionais. A igreja catolica medieval eram obstaculos ao pleno desenvolvimento do mercado capitalista moderno.

Marx propõe cinco formações socioeconomicas: comunidades primitivas, escravidão, feudalismo, capitalismo e comunismo.

A linha evolutiva das formações socioeconomica é determinista e progressista.

A culminância do processo histórico vem com a inevitável passagem do capitalismo para comunismo: o agente dessa mudança de época é o proletariado moderno, a classe dos despossuídos e explorados, cujos os objetivos só podem ser satisfeitos pela completa abolição das divisões de classe e do governo de classe.

5. EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA

A teoria de Marx questiona o papel da educação na sociedade capitalista.

A educação é entendida como a soma dos processos de aprendizagem social consciente, envolvida nos mecanismos encarregados de sustentar a ordem social vigente.

A dinâmica educacional se articula nos diferentes niveis em que operam as forças sociais e das estruturas sociais mais abrangentes.

A escola revela forças e tendências que atuam na direção de manter e reproduzir a estrutura social capitalista, que revela forças e tendências que atuam no sentido de contestar e preparar os individuos para uma visão critica da realidade social.

Ideologia entendida como lógica da ocultação e dissimulação que se baseia na idéia de uma sociedade e não no que acontece nessa sociedade, as pessoas pensam, sentem, agem guiadas por essa ilusão da sociedade, sem estar atentas ao que acontece.

A ideologia defende a liberdade total para ação do mercado, a pretensão de eliminar qualquer papel relevante do Estado no controle das tendências destrutivas do mercado.

Após um breve recesso histórico, quando predominou a visão de que o Estado deveria domesticar e civilizar o capitalismo, a partir dos anos 80 até os dias de hoje, o ressurgimento da ideologia neoliberal fracassou em resolver os problemas de desenvolvimento dessa sociedade, ou seja, implica a distorção sistemática da verdade, o ocultamento das condições e resultados reais produzidas pela aplicação das politicas neoliberais na economia e na sociedade.

A ideologia consiste em induzir os dominados a aceitarem a dominação da classe capitalista como legitima, como única possível, como verdade incontestável.

Terry Eagleton mostra que não devemos subestimar a força da ideologia, pelo contrário, deve afigurar-se como uma força social organizadora que constitui sujeitos humanos nas raízes de sua experiência vivida e busca equipá-los com formas de valor e crença relevantes para suas tarefas sociais especificas e para a reprodução geral da ordem social. Toda ideologia serve para estabelecer e sustentar relações de dominação.

6. MAX WEBER: SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E DESENCANTAMENTO

A sociologia de Max Weber: a sociedade não é vista como um todo superior ao individuo e que determina o comportamento como uma força externa impositiva.

Objeto da sociologia: a ação social e seus desdobramentos, Marx desloca a enfase das totalidades superindividuais para o individuo e para as redes de interações em que este se envolve.

O conceito de ação social: define como uma conduta humana (omissão, permissão) dotada de um significado subjetivo dado por quem o executa, pode ser individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de individuos indeterminados e completamente desconhecidos.

Weber considera que ação mais compreensivel é aquela que apresenta maior racionalidade.

Ir a escola é uma ação social porque agindo assm você terá, indo ou, no caso inverso, deixando de ir.

Esse tipo de ação que Weber classificaria como racional com relação aos fins, que estabelece os fins e procura os meios mais adequados para a concretização dos seus objetivos conscientemente visados.

O objetivo da ação é basicamente egoísta, no sentido de realização de metas do individuo como tal.

Weber vai definir o capitalismo como uma ação racional com vista a garantir o lucro de forma duradoura. Quando a ação do individuo é guiada por valores éticos e morais temos um outro tipo de ação social.

Quintaneiro: para estarem seguros quanto a sua salvação, ricos e pobres deveriam trabalhar sem descanso, trabalhar o dia todo em favor do que lhes foi destinado pela vontade de Deus e por meio de suas atividades produtivas.

As ações sociais mais afastadas da racionalidade são as que Weber classificou como ação tradicional e ação afetiva. O primeiro tipo de ação consiste no hábito e costumes arraigados na cultura.

Weber definiu que uma das caracteristicas básicas da sociedade moderna é a tendência crescente a racionalização de todas as esferas da vida social, politica e cultural. A ação corrosiva da razão produz o desencantamento do mundo, que passa a ser organizado de acordo com regras instituidas por meio de uma ação rigorosamente racional.

Octavio Ianni: o principio de desenvolvimento do capitalismo é um processo de racionalização, que ocorre o desenvolvimento de formas racionais de organização das atividades sociais geral, compreendendo as politicas, as economicas, as juridicas, as religiosas. A rigor, o desenvolvimento das ciências ditas naturais e sociais, traduzido em tecnologias de todos os tipos, revelam-se simultaneamente condições e produtos de um vasto complex processo de racionalização do mundo.

O sitema economico capitalista levou o controle burocrático ao seu mais extremo desenvolvimento. Marx Weber observou que quanto mais desumanizada se torna a burocracia, melhor ela desenvolve as caracteristicas valorizadas pelo capitalismo.

O poder burocratico é um poder de cima para baixo, mesmo que baseado em regras bem definidas que definem as competencias e brigações de cada menro da cadeia de comando numa organização burocrática.

Atualmente a burocracia como forma de organização das atividades numa empresa ou qualquer outro tipo de instituição tende a ser maid questionadas em sua eficácia.

Entendimento de Rodrigues: a educação para Weber é o modo pelo qual os homens são preparados para exercer as funções que a transformação causada pela racionalização da vida lhes colocou a disposição.

A educação enquanto processo formal de aprendizagem social está envolvida, numa pedagogia de treinamento com vista a formar o especialista, que possui uma competência técnica especifica destinada a ocupar um lugar na vasta organização de uma grande empresa ou orgão publico burocratizado. Esse tipo de educação, tem sido cada vez mais questionada por educadores, pois desvincula o aprendizado dos valores humanistas e lnge de uma perspectiva criticamente orientada para transformação da realidade social.


PEDAGOGIA

Émile Durkheim

Para o sociólogo francês, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social


Texto Arthur Guimarães e Heloisa Gomyde
Nova-Escola
Foto: larousse.fr
Foto: Para Durkheim, quanto mais eficiente for o ensino, melhor para a sociedade
Para Durkheim, quanto mais eficiente for o ensino, melhor para a sociedade
Frases de Émile Durkheim:

"A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto"

"A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a educação realiza"


Émile Durkheim nasceu em 1858, em Épinal, no noroeste da França, próximo à fronteira com a Alemanha. Era filho de judeus e optou por não seguir o caminho do rabinato, como era costume na sua família. Mais tarde declarou-se agnóstico. Depois de formar-se, lecionou pedagogia e ciências sociais na Faculdade de Letras de Bordeaux, de 1887 a 1902. A cátedra de ciências sociais foi a primeira em uma universidade francesa e foi concedida justamente àquele que criaria a Escola Sociológica Francesa. Seus alunos eram, sobretudo, professores do ensino primário. Durkheim não repartiu o seu tempo nem o pensamento entre duas atividades distintas por mero acaso. Abordou a educação como um fato social. "Estou convicto de que não há método mais apropriado para pôr em evidência a verdadeira natureza da educação", declarou. A partir de 1902, foi auxiliar de Ferdinand Buisson na cadeira de ciência da educação na Sorbonne e o sucedeu em 1906. Estava plenamente preparado para o posto, pois não parara de dedicar-se aos problemas do ensino. Dentro da educação moral, psicologia da criança ou história das doutrinas pedagógicas, não há campos que ele não tenha explorado. Suas obras mais famosas são A Divisão do Trabalho Social e O Suicídio. Morreu em 1917, supostamente pela tristeza de ter perdido o filho na Primeira Guerra Mundial, no ano anterior.

Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim chamou de individual. Tal porção do sujeito - o jovem bruto -, segundo ele, é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século 19. Principalmente por meio da psicologia, entendida então como a ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim. "Ele ampliou o foco conhecido até então, considerando e estimulando também o que concebeu como o outro lado dos alunos, algo formado por um sistema de idéias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte", explica Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas.

Dessa forma, Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.

Nessa concepção durkheimiana (também chamada de funcionalista), as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana. "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios - sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento - que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela", escreveu Durkheim.

Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo. "Todo o passado da humanidade contribuiu para fazer o conjunto de máximas que dirigem os diferentes modelos de educação, cada uma com as características que lhe são próprias. As sociedades cristãs da Idade Média, por exemplo, não teriam sobrevivido se tivessem dado ao pensamento racional o lugar que lhe é dado atualmente", exemplificou o pensador.

Ensino público e laico

Durkheim não desenvolveu métodos pedagógicos, mas suas idéias ajudaram a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista, sempre limitada pelo psicologismo idealista - influenciado pelas escolas filosóficas alemãs de Kant (1724-1804) e Hegel (1770-1831). "Segundo Durkheim, o papel da ação educativa é formar um cidadão que tomará parte do espaço público, não somente o desenvolvimento individual do aluno", explica José Sérgio Fonseca de Carvalho, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Nas palavras de Durkheim, "a educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". Tais exigências, com forte influência no processo de ensino, estão relacionadas à religião, às normas e sanções, à ação política, ao grau de desenvolvimento das ciências e até mesmo ao estado de progresso da indústria local.

Se a educação for desligada das causas históricas, ela se tornará apenas exercício da vontade e do desenvolvimento individual, o que para ele era incompreensível: "Como é que o indivíduo pode pretender reconstruir, por meio do único esforço da sua reflexão privada, o que não é obra do pensamento individual?" E ele mesmo respondeu: "O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-lo sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada". Por tudo isso, Durkheim é também considerado um dos mentores dos ideais republicanos de uma educação pública, monopolizada pelo Estado e laica, liberta da influência do clero romano.

Autoridade do professor

Durkheim sugeria que a ação educativa funcionasse de forma normativa. A criança estaria pronta para assimilar conhecimentos - e o professor bem preparado, dominando as circunstâncias. "A criança deve exercitar-se a reconhecer [a autoridade] na palavra do educador e a submeter-se ao seu ascendente; é por meio dessa condição que saberá, mais tarde, encontrá-la na sua consciência e aí se conformar a ela", propôs ele. "Em Durkheim, a autonomia da vontade só existe como obediência consentida", diz Heloísa Fernandes, da Faculdade de Ciências Sociais da USP. O sociólogo francês foi criticado por Jean Piaget (1896-1980) e Pierre Bourdieu (1930-2002), defensores da idéia de que a criança determina seus juízos e relações apenas com estímulos de seus educadores, sem que estes exerçam, necessariamente, força autoritária sobre ela.

Durkheim e a educação: padrão social

A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foi uma grande conquista para a educação brasileira. Houve padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para o professor Dermeval Saviani, da Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os currículos são sugeridos para todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A idéia de fundo é colocar as pessoas certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz.

Para pensar

Durkheim dizia que a criança, ao nascer, trazia consigo só a sua natureza de indivíduo. "A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a qual é necessário construir novamente", escreveu. Os professores, como parte responsável pelo desenvolvimento dos indivíduos, têm um papel determinante e delicado. Devem transmitir os conhecimentos adquiridos, com cuidado para não tirar a autonomia de pensamento dos jovens. A proposta de Durkheim levará o aluno a avançar sozinho? Esse modelo de formação externa contraria a independência nos estudos? Ou será uma condição para que a educação cumpra seu papel social e político?

Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/emile-durkheim-307266.shtml


Tópico II

Durkheim (1)

A divisão do trabalho social

Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Reprodução
Durkheim (1858-1917) é um dos fundadores da sociologia

Émile Durkheim (1858-1917) integra o grupo de cientistas sociais considerados fundadores da sociologia. Em 1893 ele publicou sua tese de doutoramento, intitulada De la Division du Travail Social, estudo em que aborda a interação social entre os indivíduos que integram uma coletividade maior: a sociedade.

Trata-se de um tema central no pensamento sociológico de Durkheim, cujo principal interesse é desvelar os fatores que possibilitam a coesão (unidade, estabilidade) e a permanência (ou continuidade) das relações sociais ao longo do tempo e de gerações. Dentro da perspectiva sociológica durkheimiana, a existência de uma sociedade só é possível a partir de um determinado grau de consenso entre seus membros constituintes: os indivíduos. Segundo Durkheim, esse consenso se assenta em diferentes tipos de solidariedade social.

Solidariedade mecânica

Em De la Division du Travail Social, Durkheim esclarece que a existência de uma sociedade, bem como a própria coesão social, está baseada num grau de consenso entre os indivíduos e que ele designa de solidariedade. De acordo com o autor, há dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.

A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo, essa correspondência de valores assegura a coesão social.

Solidariedade orgânica

De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada.

A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim emprega alguns conceitos das ciências naturais, em particular da biologia (muito em uso na época em que ele começou seus estudos sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação entre a diferenciação crescente sobre a qual se assenta a solidariedade orgânica.

Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de interdependência entre os indivíduos.

Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas: isto é, o direito.

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Fonte : http://educacao.uol.com.br/sociologia/durkheim1.jhtm


Tópico: IV

PEDAGOGIA

Karl Marx

O pensador alemão, um dos mais influentes de todos os tempos, investigou a mecânica do capitalismo e previu que o sistema seria superado pela emancipação dos trabalhadores

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Foto: Recentemente, Marx foi eleito o filósofo mais importante da história
Recentemente, Marx foi eleito o filósofo mais importante da história
Frase de Karl Marx:

“A união entre trabalho, instrução intelectual, exercício físico e treino politécnico elevará a classe operária”


Karl Marx nasceu em 1818 em Trier, sul da Alemanha (então Prússia). Seu pai, advogado, e sua mãe descendiam de judeus, mas haviam se convertido ao protestantismo. Estudou direito em Bonn e depois em Berlim, mas se interessou mais por filosofia e história. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à política. Aos 23 anos, quando voltou a Trier, percebeu que não seria bem-vindo nos meios acadêmicos e passou a viver da venda de artigos. Em 1843, casou-se com a namorada de infância, Jenny von Westphalen. O casal se mudou para Paris, onde Marx aderiu à militância comunista, atraindo a atenção de Friedrich Engels, depois amigo e parceiro.
Foi expulso de Paris em 1845, indo morar na Bélgica, de onde também seria deportado. Nos anos seguintes, se engajou cada vez mais na organização da política operária, o que despertou a ira de governos e da imprensa. A Justiça alemã o acusou de delito de imprensa e incitação à rebelião armada, mas ele foi absolvido nos dois casos. Expulso da Prússia e novamente da França, Marx se estabeleceu em Londres em 1849, onde viveu na miséria durante 15 anos, ajudado, quando possível, por Engels. Dois de seus quatro filhos morreram no período. O isolamento político terminou em 1864, com a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (depois conhecida como Primeira Internacional Socialista), que o adotou como líder intelectual, após a derrota do anarquista Mikhail Bakunin. Em 1871, a eclosão da Comuna de Paris o tornou conhecido internacionalmente. Na última década de vida, sua militância tornou-se mais crítica e indireta. Marx morreu em 1883, em Londres.
Numa de suas frases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl Marx (1818-1883) dizia que, até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. “Cabe agora transformá-lo”, concluía. Coerentemente com essa idéia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes da história. Direta ou indiretamente, a obra do filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade. “A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo”, diz Leandro Konder, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
No século 20, o pensamento de Marx foi submetido a numerosas interpretações, agrupadas sob a classificação de “marxismo”. Algumas sustentaram regimes políticos duradouros, como o comunismo soviético (1917-1991) e o chinês (em vigor desde 1949). Muitos governos comunistas entraram em colapso, por oposição popular nas décadas de 1980 e 1990. Em recente pesquisa da rádio BBC, que mobilizou grande parte da imprensa inglesa, Marx foi eleito o filósofo mais importante de todos os tempos.

Luta de classes

Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado.

O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. “O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial”, escreveu Marx.

A obra de Marx reúne uma grande variedade de textos: reflexões curtas sobre questões políticas imediatas, estudos históricos, escritos militantes – como O Manifesto Comunista, parceria com Friedrich Engels – e trabalhos de grande fôlego, como sua obra-prima, O Capital, que só teve o primeiro de quatro volumes lançado antes de sua morte. A complexidade da obra de Marx, com suas constantes autocríticas e correções de rota, é responsável, em parte, pela variedade de interpretações feitas por seus seguidores.


Trabalho e alienação

Em O Capital, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classes e na qual a propriedade privada seja extinta. Para Marx, as estruturas sociais e a própria organização do Estado estão diretamente ligadas ao funcionamento do capitalismo. Por isso, para o pensador, a idéia de revolução deve implicar mudanças radicais e globais, que rompam com todos os instrumentos de dominação da burguesia.

Marx abordou as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo em si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho – característica do industrialismo, em que cabe a cada um apenas uma pequena etapa da produção –, o empregado se aliena do processo total.

Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será trocada por produtos. O comércio seria uma engrenagem de trocas em que tudo – do trabalho ao dinheiro, das máquinas ao salário – tem valor de mercadoria, multiplicando o aspecto alienante.

Por outro lado, esse processo se dá à custa da concentração da propriedade por aqueles que empregam a mão-de-obra em troca de salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a buscar produtos fora de seu alcance. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.

Um dos objetivos da revolução prevista por Marx é recuperar em todos os homens o pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico. É nesse sentido que a educação ganha ênfase no pensamento marxista. “A superação da alienação e da expropriação intelectual já está sendo feita, segundo Marx”, diz Leandro Konder. “O processo atual se aceleraria com a revolução proletária para alcançar, afinal, as metas maiores na sociedade comunista.”

Aprendizagem para a mente, o corpo e as mãos

Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social da educação. Para isso seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O filósofo alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações “de partido ou de classe”. Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas de Estado – o que equivaleria a subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo, qualidades a ser aproveitadas para um ensino transformador – principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência
“profissionalizante”, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função. Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa concepção, chamada de “onilateral” (múltipla), difere da visão de educação “integral” porque esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx, não deveria ser trabalhada pela escola, mas por “outros adultos”. O filósofo não chegou a fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que ajudou a criar. Isso ficou para seguidores como o italiano Antonio Gramsci (1891-1937), o ucraniano Anton Makarenko (1888-1939) e a russa Nadia Krupskaia (1869-1939).

Para pensar

A alienação de que fala Marx é conseqüência do afastamento entre os interesses do trabalhador e aquilo que ele produz. De modo mais amplo, trata-se também do abismo entre o que se aprende apenas para cumprir uma função no sistema de produção e uma formação que realmente ajude o ser humano a exercer suas potencialidades. Você já pensou se a educação, como é praticada a seu redor, procura dar condições ao aluno para que se desenvolva por inteiro ou se responde apenas a objetivos limitados pelas circunstâncias?

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/karl-marx-307009.shtml



SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO EM DURKHEIM MARX E MAX WEBER
1. A SOCIEDADE E A EDUCAÇÃO EM DURKHEIM

Durkheim enfatiza: a questão da ordem social.

A sociedade para Durkheim: é uma realidade estruturada ao longo da história que converte o presente em que vivemos num fato duradouro, resistente ao capricho da nossa vontade.

A sociedade se apresenta: como um todo estruturado capaz de moldar os individuos, os quais da sociedade dependem, como uma realidade externa, independente do individuo.

Representações coletivas: quando a sociedade tem uma dimensão real, como o espaço que ocupa as instituições, os comportamentos sociais dos individuos.

Durkheim afirma que a sociedade desperta nos individuos: um sentimento de apoio, de proteção, de dependência.

O homem: é conjunto de bens intelectuais que constitui a civilização, e a civilização é obra da sociedade.

A influência da sociedade sobre o individuo: exige a ação comum, o compartilhar hábitos, costumes, normas morais, sentimentos que são essencialmente derivados do meio social em que nasce e vive.

Processo educativo segundo Durkheim: vem a ser a incorporação pelo individuo das representações coletivas constitutivas da sociedade concreta onde vive e morre.

A sociedade e a educação no sentido sociologico: a educação, entendida não só como o que é ensinado na escola, mas em todas as instituições sociais, é a forma pela qual a sociedade como realidade externa passa a fazer parte da “bagagem” mental, interna, de cada individuo. A sociedade atua como uma força operativa e imperiosa sobre os individuos é a socialização.

Processo educativo pelo qual a sociedade molda uma criança: toda educação consiste num esforço continuo para impor a criança maneiras de ver e de agir as quais ela não teria chegado espontaneamente. Desde os primeiros tempos da sua vida coagimos a comer, a dormir, etc. Se com o tempo, essa coação deixa de ser sentida, é porque fez nascer hábitos e tendências internas que a tornam inutil, mas que só a substituem porque derivam dela.

Os professores: são agentes que realizam um processo de coação sistemática sobre as novas gerações com a finalidade de educa-las para serem participantes ativos do meio social em que vivem.
2. A divisão social do trabalho e a solidariedade orgânica

O processo educativo é bem sucedido quando a coação deixa de ser sentida, o individuo bem educado passa a agir e pensar de acordo com as expectativas do meio social, não imposta de fora, mas como um hábito consciente, uma decisão própria.

A consciência coletiva mobiliza variadas sanções sociais para enquadrar os desviantes da norma e das regras morais que justamente regulam o cmportamento de cada um de nós.

Alberto Tosi Rodrigues: meio moral é produzido pela cooperação entre os individuos, através de um processo de interação que chamou de divisão do trabalho social. Vida moral será a base dos conteudos transmitidos na forma de crenças, valores e normas de geração para geração.

Divisão do trabalho social: é baseada na cooperação e consenso de seus membros. Durkheim estabelece duas formas: solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.

Solidariedade social: é a forma de ligação moral que se estabelece em cada tipo de sociedade, de acordo com a complexidade maior ou menor da divisão do trabalho social.

Solidariedade mecânica: o individuo está totalmente imerson na consciência coletiva que dirige o seu comportamento. Praticamente não há margem para a iniciativa individual e o individuo é obrigado a seguir a norma do grupo sem contestação. Ex. Tribo de índios.

Solidariedade orgânica: soliedariedade por diferença, as pessoas não estão juntas porque fazem juntas as mesmas coisas, mas o contrário: estão juntas porque fazem coisas diferentes e dependem das outras, que fazem coisas que elas não querem ou não são capazes de fazer.

O conceito de solidariedade orgânica reforça: a idéia de que os laços de dependência mutua que ligam os individuos na dinamica da divisão social do trabalho devem estimular a cooperação e o senso de pertencimento ao coletivo, condição necessária para a preservação da ordem social.

O equilibrio e a solidariedade originam-se: na própria divisão social do trabalho, constituindo fortes laços que unem as sociedades organicas os seus menbros.

Importante para Durkheim na análise da divisão social do trabalho: é a problemática da coesão social, a manutenção da ordem social, a questão do papel essencial das normas morais na garantia da estabilidade da ordem.
3. A EDUCAÇÃO MORAL

Barbara Freitag: adota uma perspectiva critica para avaliar a contribuição de Durkheim no campo da educação estabelece uma intima conexão entre o papel da educação com instância de socialização dos individuos e a necessidade de manter a ordem social por meio das normas morais.

A socialização: consiste em inculcar as regras morais vigentes no meio social. As regras morais tem duas caracteristicas: o dever e o bem.

O dever: expressa o carater de obrigatoriedade inerente a toda e qualquer regra moral, a proibição, sua forma negativa. Além de ser um dever, a regra moral precisa ser obedecida por um ato de boa vontade do individuo.

Durkheim postula: que uma regra moral precisa ser desejada, almejada pelos autores. Somente assim o seu carater moral pode ser atendido. Para Durkheim, a sociedade ou grupo representam o bem supremo realizado e centralizao. O supremo bem é a vida em grupo, portanto, o mal social é produzido basicamente pelos individuos com suas inclinações egoistas e anti-sociais.

A necessidade da educação decorre desse fato incontornavel: a natureza essencialmente má e egoista dos seres humanos, a busca da solidariedade orgânica, para desenvolver o senso de lealdade para os grupos básicos da sociedade no trabalho, na familia, com a nação.

A educação moralestá empenhada em desenvolver nas crianças os 3 principios básicos da moralidade social: o espirito de disciplina, a adesão ao grupo e autonomia.

Ensinar a disciplina significa fornecer os meios da crianças exercer o autocontrole sobre suas reaçes espontâneas, aprendendo a viver em sociedade, a levar em conta os grupos dos quais v participa.

A disciplina enfatiza a dimensão de regularidade de uma regra social, condição necessária para reconhecer sua autoridade e validade social e moral.

Aprender a viver em grupo passa a ser um dos objetivos maiores da atividade moral, o grande dever e o grande bem a ser aspirado pelos atores ou sujeitos sociais.

A educação moral se encarrega de promover a adesão da criança aos grupos básicos da sociedade (familia, escola, trabalho) e desenvolver o espirito de conformidade e obediência as normas morais que regulam o c omportamento social.

Autonomia moral: a moralidade concretiza-se no momento em que o novo ser social abre mão de sua liberdade e vontade individual e realiza-se como menbro do grupo, aceitando suas normas morais em outras palavras, a educação para aceitação da normal moral e a sujeição a ela.

Na avaliação de Feitag: Durkheim apesar de reconhecer o valor do individuo como resultado da divisão social do trabalho nas sociedades industriais, no entanto, termina por abolir a autonomia desse individuo, promovendo a sua subordinação quase que total ao todo social.

Conclui que: a função da educação em Durkheim seja mais garantir a preservação da ordem industrial capitalista do que promover a sua transformação radical. O papel do professor é assegurar a estabilidade da sociedade através do ensino das normas morais vigentes, e estimular o respeito a essas regras que visam a sobrevivência da coletividade, o bem social mais valioso. Durkheim ensina a moderar o individualismo desenfreado termina por nos reduzir a um estado de grande conformismo com a sociedade presente, vista como sagrada e digna de respeito.
4. KARL MARX E A EDUCAÇÃO PARA EMANCIPAÇÃO

A teoria social de Marx: busca analisar cientificamente as razões de a sociedade capitalista gerar continuamente a miséria e o empobrecimento de grandes segmentos da população e beneficiar exageramente uma elite, detentora do poder politico, economico e cultural. A tendência do capital é a acumulação interminável do próprio capital como meta suprema, movida pela lógica implacável do lucro e da concorrência.

Piotr Sztompka: apresenta a teoria de Marx a partir de 3 niveis distintos e entrelaçados de articulação e compreensão do processo histórico: 1. Ativisco-individual; 2. Socioestrutural; 3. Historico-universal. Em outras palavras, a teoria das formações socioeconomicas, no nivel superior; a teoria da luta de classes, no nivel intermediário; e a teoria do individuo humano, no nivel inferior.

O NIVEL ATIVISCO-INDIVIDUAL

A natureza humana deriva da rede de relações pela qual o ser humano se integra a sociedade e a natureza.

A essência humana não é uma abstração inerente a cada individuo isolado.

Um ponto em comum identificado em Marx e Durkheim: é a visão do individuo produzido e moldado pelo meio social.

Marx difere de Durkheim: no reconhecimento do papel ativo do individuo em transformar o “contexto de sua vida social”.

Marx enfatiza: com frequencia a equivalência entre condição humana e existência social. Não existe pessoa fora da sociedade; cada individuo está ligado aos demais por uma infinidade de relações de interdepência. Na análise da dimensão social do individuo é possivel distinguir dois tipos de relações básicas: A participação e a criação.

Participação: o individuo participa de relações sociais, de interações sociais, é membro da coletividade ou grupos sociais. O individuo ocupa uma posição social seja como proprietário ou não-proprietário, burguês ou proletário.

A dimensão criativa refere-se a capacidade do ser humano de mobilizar seus poderes, habilidades e recursos no processo de produção de uma realidade.

Para o Marx o trabalho é a atividade criativa, o individuo muitas vezes está envolvido nos processos que podem ser chamados de reprodução, de manutenção da ordem social. O sujeito repete padrões socialmente estabelecidos de comportamentos e ações que ele não criou, que encontrou prontos como uma realidade externa independente tal como Durkheim nos apresenta como criador ocorre o contrário,o individuo pode atuar sobre as relações sociais,aprender a lidar com essas forças sociais e atuar no sentido da transformação da sociedade.

A ação de educar reflete as duas dimensões destacadas por Marx. Na dimensão da participação o ato de educar está articulado com a reprodução da sociedade uma vez que consiste na transmissão do conhecimento acumulado pela humanidade, mas também se articula com a dimensão criativa do ser humano na medida em que o professor estimula o individuo a olhar criticamente a realidade e transformá-la como cidadão ativo.

Marx enfatiza que nao basta enterpretar a realidade e sim atuar no sentido de modificá-la.

O NÍVEL SOCIOESTRUTURAL: TEORIA DAS CLASSES

A Teoria das classes sociais em Marx é estruturalista no sentido de que as classes podem ser definidas como um conjunto de lugares ou posições que se desenvolvem na produção social ou na divisão social do trabalho. Um tipo de propriedade se destaca por permitr a geração de outros bens e produtos.

Meios de produção: terra, matérias-primas, edificações, ferramentas, maquinaria, capital, ela determina os interesses objetivos básicos do indivíduo, entendidos como obtenção de uma situação social que garanta a máxima satisfação de suas necessidades.

Em duas classes antagônicas em princípio: aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que não os detêm e que devem, por conseguinte, vender se trabalho (a única mercadoria que possuem) para sobreviver. De um lado, a burguesia, dona do capital, o principal meio de produção da sociedade capitalista, e de outro, o trabalhador assalariado.

A classe não se define apenas por uma certa posição social configurada, se organizam de forma consciente, mobilizando recursos políticos e ideológicos no processo de formação de classe.

No modelo de Marx as relações entre as classes sociais estão permeadas por conflitos e antagonismos. Os interesses dos proprietários do capital emplica maiores restrições á realização dos interesses e necessidades dos trabalhadores assalariados. A consciência trabalhadores pobres conduz a uma atitude de hostilidade e desconfiança em relação aos detentores do capital e da riqueza. Os sindicatos e partidos políticos representam os interesses dos trabalhadores, partem para a ação coletiva, a materialização do poder social da classes trabalhadora, procurando modificar a estrutura de classes garantir uma redistribuição da riqueza e do poder econômico,político e ideológico.

O NIVEL HISTORICO-UNIVERSAL: A TEORIA DA FORMAÇÃO SOCIOECONOMICA

Na produção social de sua vida os homens estabelecem relações determinadas, e independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado estágio de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais, que constitui a estrutura economica da sociedade.

O modelo de Marx não é estático, ele contém uma lógica de movimento e transformação que constitui o processo histórico, que chega um ponto em que se quebra a correspondencia entre as forçasprodutivas e as relações de produção.

Contradição que impele a mudança histórica, as relações capitalistas no seio da sociedade feudal, e a superestrutura politica e ideologica tradicionais. A igreja catolica medieval eram obstaculos ao pleno desenvolvimento do mercado capitalista moderno.

Marx propõe cinco formações socioeconomicas: comunidades primitivas, escravidão, feudalismo, capitalismo e comunismo.

A linha evolutiva das formações socioeconomica é determinista e progressista.

A culminância do processo histórico vem com a inevitável passagem do capitalismo para comunismo: o agente dessa mudança de época é o proletariado moderno, a classe dos despossuídos e explorados, cujos os objetivos só podem ser satisfeitos pela completa abolição das divisões de classe e do governo de classe.
5. EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA

A teoria de Marx questiona o papel da educação na sociedade capitalista.

A educação é entendida como a soma dos processos de aprendizagem social consciente, envolvida nos mecanismos encarregados de sustentar a ordem social vigente.

A dinâmica educacional se articula nos diferentes niveis em que operam as forças sociais e das estruturas sociais mais abrangentes.

A escola revela forças e tendências que atuam na direção de manter e reproduzir a estrutura social capitalista, que revela forças e tendências que atuam no sentido de contestar e preparar os individuos para uma visão critica da realidade social.

Ideologia entendida como lógica da ocultação e dissimulação que se baseia na idéia de uma sociedade e não no que acontece nessa sociedade, as pessoas pensam, sentem, agem guiadas por essa ilusão da sociedade, sem estar atentas ao que acontece.

A ideologia defende a liberdade total para ação do mercado, a pretensão de eliminar qualquer papel relevante do Estado no controle das tendências destrutivas do mercado.

Após um breve recesso histórico, quando predominou a visão de que o Estado deveria domesticar e civilizar o capitalismo, a partir dos anos 80 até os dias de hoje, o ressurgimento da ideologia neoliberal fracassou em resolver os problemas de desenvolvimento dessa sociedade, ou seja, implica a distorção sistemática da verdade, o ocultamento das condições e resultados reais produzidas pela aplicação das politicas neoliberais na economia e na sociedade.

A ideologia consiste em induzir os dominados a aceitarem a dominação da classe capitalista como legitima, como única possível, como verdade incontestável.

Terry Eagleton mostra que não devemos subestimar a força da ideologia, pelo contrário, deve afigurar-se como uma força social organizadora que constitui sujeitos humanos nas raízes de sua experiência vivida e busca equipá-los com formas de valor e crença relevantes para suas tarefas sociais especificas e para a reprodução geral da ordem social. Toda ideologia serve para estabelecer e sustentar relações de dominação.

http://www.ebah.com.br/content/ABAAABVjMAF/sociologia-educacao-durkheim-marx-max-weber