domingo, 4 de novembro de 2012

Professor Mário Costa

Educação Integral

 


ENSINO INTEGRAL

O que é educação integral?

Conheça o conjunto de fatores que reorganizam tempo, espaços e conteúdos para trabalhar o desenvolvimento dos alunos em sua totalidade

06/04/2011 11:55
Texto Daniele Zebini
Educar
Foto: Dreamstime

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação propõe uma jornada diária de 7 horas para que as crianças se envolvam com a aprendizagem

Integral. Por definição, quer dizer total, inteiro, global. É isso o que se pretende com a educação integral: desenvolver os alunos de forma completa, em sua totalidade. Muito mais do que o tempo em sala de aula, a educação integral reorganiza espaços e conteúdos. Um grande desafio, mas que já começa a tomar forma.

O Programa Mais Educação, do MEC, por exemplo, trabalha neste sentido desde 2008, promovendo a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas, de modo que a tarefa de educar seja dividida com os pais e a comunidade.

Como fazer para implantar um sistema complexo como esse em um país em que a maioria das escolas oferece apenas 3 a 4 horas de aula por dia para atender à imensa demanda de alunos que precisam estudar? A cidade de Palmas, no Tocantins, mostrou que nada é impossível. Inicialmente, foram implantadas nas escolas municipais as "salas integradas", com ampliação da carga horária de estudantes de renda mais baixa. Depois, somaram-se outras 4 modalidades: jornada ampliada, escolas de tempo de integral (com estrutura pensada especificamente para o período integral), educação integral no campo e educação integral nos centros de educação infantil.

Todos os alunos atendidos cursam as mesmas disciplinas e oficinas no contraturno escolar, e os professores procuram mostrar como se relacionam as diversas áreas do conhecimento. "Palmas é um exemplo importante de que a educação integral é possível", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. Ela lembra, no entanto, que não dá para estabelecer um modelo padrão para o país todo. "O Brasil é muito grande, com localidades de características muito diferentes. Por isso, cada estado e município devem implantar a educação integral de acordo com a própria realidade."

Com o intuito de avaliar os caminhos para a educação integral no Brasil, a Fundação Itaú Cultural, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) realizaram uma pesquisa junto a 16 iniciativas lideradas por governos municipais, estaduais e organizações da sociedade civil. Confira, a seguir, os pontos fundamentais para a educação integral, levantados no estudo Tendências para a Educação Integral, e descubra se a escola do seu filho está no caminho certo.
Leia também:
10 vantagens do período integral
5 vantagens da escola com atividades no contraturno
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Estender a jornada escolar
A jornada escolar diária do ensino básico no país é ainda bastante baixa, de cerca de 4 horas. "Esse tempo não é suficiente nem para transmitir o conteúdo curricular obrigatório", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. A Lei de Diretrizes e Bases propõe uma jornada diária de 7 horas para que as crianças se envolvam realmente nas tarefas de aprendizagem .

"Ampliar o tempo é um grande desafio, e é preciso pensar também no tempo doméstico da criança, que precisa da convivência com a família para se desenvolver integralmente", diz Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Muitos países resolveram essa questão assegurando um meio período durante a semana para que as crianças possam permanecer no espaço doméstico, com as famílias.
2. Amarrar as atividades do turno e do contraturno
O turno complementar, oposto ao do horário de estudo da criança, é importante para enriquecer a aprendizagem. No entanto, a existência por si só desse contraturno não significa educação integral. "Não basta oferecer uma variedade de atividades para preencher o tempo das crianças. Elas precisam estar ligadas ao conteúdo", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. "Há que ligar os saberes, contextualizando-os", complementa Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
3. Apostar nas atividades extra-classe
O reforço escolar, período em que a lição de casa é feita e no qual os alunos com dificuldades ganham atenção extra, é parte da educação integral, mas não reflete o sistema de ensino. Além do reforço escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem, é preciso aumentar o tempo de estudo integrado para todos os outros estudantes, com ou sem deficiências para aprender.
4. Ter um projeto pedagógico bem definido
Educar integralmente significa pensar a aprendizagem por inteiro. E é por meio do projeto político-pedagógico que se mobiliza e costura a oferta de experiências capazes de desenvolver habilidades cognitivas e intelectuais, afetivas, físicas, éticas e sociais. O projeto deve ser muito bem definido para atender às necessidades de alunos concretos, situados em um dado território, com demandas, interesses e repertórios culturais que devem ser reconhecidos.
5. Integrar espaços, saberes e agentes educadores
O espaço da cidade pode complementar as lições da sala de aula. O traçado da rua pode ajudar na aula de geometria, a história do bairro na aula de história, as placas da rua nas aulas de português. As árvores, na aula de ciências. E por aí vai. A educação integral considera a cidade como território educador, propondo a exploração de novos itinerários na ação educativa; coloca na mesma mesa os muitos saberes produzidos socialmente, mediados pelas questões contemporâneas. Produz aproximação e integração entre os diversos campos do conhecimento (artístico, linguístico, científico, ético, físico) articulados às vivências na escola, na família e na comunidade.
6. Valorizar a diversidade cultural
Por que na Índia as vacas são sagradas? Por que se come cachorro na Chia e cavalo em Cuba? No mundo, as pessoas têm respostas diferentes para situações diferentes e com isso constróem a sua cultura, ou seja, os seus hábitos de vida. Uma Educação integral deve mostrar isso e, assim, tanto aumentar o repertório do estudante quanto mostrar a importância de se respeitar os diferentes estilos de vida. Quando uma criança aprende a respeitar a diferença, ela aumenta seus horizontes - ficará mais fácil para ela ficar amiga virtual de outra criança em Portugal, Angola ou Macau (onde também se fala português).
7. Valorizar a família e a comunidade
É muito importante, portanto, trazer essa experiência, esse capital social e cultural, para a sala de aula. É preciso que esse saber que não se aprende na escola seja aproveitado na sala de aula. É preciso que a vida em família e a vida escolar sejam irrigadas por relações com as comunidades, os territórios, a cidade. "Até pouco tempo, a escola era um espaço para dar conta da aprendizagem de crianças e adolescentes. Hoje, os alunos demandam outros interesses, outros valores que não só os da disciplina. E a escola não é suficiente para dar conta dessa demanda. Ela precisa se unir a outros espaços sócio-culturais", explica Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec)..
8. Fazer parcerias com a comunidade
9. Expandir a educação para outros setores

 



Mandala Mais Educação



Qual é o  papel do Professor na Educação Integral ?


O professor deve continuar professor. Quero dizer que, não há um papel novo ao professor na educação integral. O professor precisa se afirmar em algumas características que o permita ser parte das mudanças na educação, desta educação.
É preciso que o professor não seja o dono de si, que ele saiba sua profissão lida com pessoas, ele não pode se prender em um perfil. O professor deve conhecer os alunos cada qual com sua individualidade, e ao mesmo tempo inserido com os demais; deve oportunizar, incentivar e valorizar a unicidade presente em cada indivíduo; é preciso que ele - o aluno, se sinta parte da educação; há que compreender que cada aluno possui o seu tempo e modo de aprender, de associar, de demonstrar seu conhecimento.
Justamente pelas mudanças, não somente na educação, é que o professor deve se manter capacitando, buscando sempre aprofundar-se em sua área, mas não esquecendo de conhecer a respeito de outras e buscar algumas habilidades específicas (um pouco de cada uma das Inteligências Múltiplas), para que se torne diversificado e que lhe facilite o trabalho com a diversidade, com os diferentes. Não há como desejar a homogeneidade entre os indivíduos, em uma classe escolar haverá sempre características que distinguem uns dos outros.
A busca por trabalhar para o melhor na escola, cooperar com o outro profissional, procurar sempre conhecer o que se passa a sua volta no ambiente escolar.
O professor precisa ainda se avaliar e se ver enquanto professor; questionar-se a si. A busca por observações e registros é ainda mais necessária; não para copiar tudo no ano seguinte, mas para a cada novo instante verificar o que deu certo e o que não deu, o que pode melhorar, o que pode ser diferente, de quantas vezes é necessária uma exposição. O professor estará aprendendo consigo nesta constância. E a avaliação não é somente de suas aulas, mas de todas as suas ações frente ao aluno, aos colegas em profissão, à sua representação social que ele propõe para a comunidade.
Por que a escola é vista como espaço e tempo de vivenciar a cidadania?

A escola é vista como espaço e tempo de vivenciar a cidadania, porque o aluno, já está inserido num ambiente social, ele precisa se relacionar com o outro e por isso deve conhecer, respeitar e exercer seus direitos e deveres enquanto parte deste agrupamento.
Ele precisa se sentir um ser sociável, e a escola é um dos primeiros ambientes em que o aluno irá aprender a conviver com um número considerável de indivíduos com diversidades culturais, políticas, étnicas,... há uma pluralidade necessária ao indivíduo e ele deve ser entendido como parte dela, deve ser entendido como cidadão; um cidadão que constrói seu conhecimento, que colabora para o conhecimento, e certamente, tem seu conhecimento influenciado pelas vivências com os outros.

Qual é a relação existente entre os saberes escolares e os saberes comunitários?

É preciso manter uma relação entre estes saberes, pois eles interferem um no outro. Aquilo que se aprende na escola, precisa ser levado para os seus próximos em seus outros ambientes de convívio; e aquilo que se aprende na comunidade é preciso ser levado para a escola e a escola deve valorizar estes saberes.

A escola precisa compreender que a educação se faz com estes saberes; de acordo com o texto de referência, é objetivo específico "entender a prática educativa como a aquisição de saberes escolares e saberes locais, ou comunitários, para o pleno exercício da cidadania, para o reconhecimento das singularidades individuais e das especificidades de cada comunidade, grupo social/étnico, ou região".

O que são as mandalas de saberes e como elas se constituem?

O texto de referência aborda algumas características e definições do que são as mandalas de saberes e de como elas se constituem:
- O termo Mandala vem do sânscrito e significa "círculo". Esta palavra é formada pelo composto “manda” = essência e “la” = conteúdo, isto é, “o que contém a essência” ou o “círculo da essência”.
- "uma nova proposta pedagógica de articulação, integração e interação de saberes escolares e saberes locais, entre a escola e a comunidade envolvente, com a participação dos Programas de Ação do Governo Federal para a efetivação da educação integral"
- "é uma proposta inovadora de organizar o projeto pedagógico. (...) inovadora por estabelecer um diálogo, uma interação e uma integração entre a escola e as comunidades envolventes, bem como diversos órgãos governamentais. (...) apresentam uma abordagem holística que se ajusta ao espírito da educação integral e ao Projeto Mais Educação".
- "a Mandala é uma representação simbólica e arquetípica da psique, envolvendo a consciência, o inconsciente individual e o inconsciente coletivo. Ela representa a totalidade da experiência humana entre o interior (pensamento, sentimento, intuição e sensação) e o mundo externo (a natureza, o espaço, o cosmo).
- "Mandala é uma representação simbólica inscrita num círculo ou numa espiral de
uma totalidade, um cosmo. Uma integração/interação da consciência individual e/ou coletiva à natureza, à sociedade, ao cosmo por meio de uma abordagem holística, em que o universal e o particular ou local estão em situação dialógica, ou seja, a unidade na diversidade e vice-versa".

Como se constitui a “Madala-mãe” do programa Mais Educação?

De acordo com o documento "Redes de Saberes, Mais Educação" do Governo Federal (em http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cad_mais_educacao_2.pdf, 07/11), a Mandala-mãe, seria aquela da qual surgiriam as demais mandalas.
Pensando no programa Mais Educação e na Educação Integral, a Mandala-mãe se estruturaria a partir dos projetos pedagógicos para tal educação e ela seria então as estratégias do Mais Educação, estruturada a partir do diálogo entre os saberes comunitários, os escolares e os programas de governo (federal e municipal).
A Mandala-mãe do programa Mais Educação se constitui então da interação entre a escola e a comunidade, de saberes acadêmicos e saberes comunitários


Fonte : http://xarlles.blogspot.com.br/2011/12/mandalas-de-saberes.html




Legislação para Educação Integral no Brasil

Legislação
CF 1988
ECA 1990
LDB 1996
FUNDEF 1996
VIG. 1998
PNE 2001
FUNDEB 2007
PDE 2007
PLANO DE METAS
COMPROMISSO TODOS PELA EDUCAÇÃO
PROGRAMA
MAIS EDUCAÇÃO
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
S
Trata a E.I. subliminarmente
 
1º dos 10 direitos sociais
 
Objetivo:
Pleno desenvolvimento da pessoa para a cidadania e trabalho
 
FORMAÇÃO INTEGRAL
 
Art. 5º: Direito de todos e dever do Estado
Cap. V
Art. 53
 
Acesso e permanência na Escola
 
Des. Integral da criança e do adolescente
 
Sistema articulado de atenção
Ampliar a Jornada
 
Formar para:
Vida familiar;
Convivência humana;
Mundo do trabalho;
Instituições de ensino e pesquisa;
Movimentos sociais;
Organizações da sociedade civil;
Manifestações culturais.
 
Tempo integral:
Atividades intra e extraescolares
 
Educação é proteção Social!
Financiamento das Ações Educativas
 
Ensino Fundamental
 
 
Vai além da LDB
 
Retoma a discussão e valorização da E.I.
 
Discute a jornada mínima de 7 horas
Ampliação do FUNDEF
 
Inclusão do EM
 
Ampliação da oferta de E.I.
 
Exige regulamento
Visão Sistêmica da Educação
Diretrizes para a gestão
 
IDEB
 
Objetivo:
Assegurar a qualidade da Educação Básica
 
- ampliação do tempo
- combater a repetência
- aulas de reforço
- recuperação
- progressão parcial
Ações conjuntas dos Ministérios
 
MEC
MinC
MDS
ME
MCT
MMA